Gabriel Galípolo é confirmado para presidência do Banco Central; veja os impactos no mercado
Nesta quarta-feira (28), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou oficialmente a indicação de Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária, para a presidência do Banco Central, em uma decisão que, embora esperada, movimentou o mercado financeiro. Galípolo assumirá o comando da autoridade monetária em 2025, substituindo Roberto Campos Neto, indicado durante o governo Bolsonaro.
Mesmo sem surpresas, a confirmação provocou uma reação imediata no mercado. O Ibovespa, que vinha oscilando entre 136 mil e 137 mil pontos, acelerou os ganhos e alcançou um novo recorde nominal de fechamento, aos 137.343,96 pontos. A curva de juros também sentiu o impacto, com as taxas de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 e 2033 subindo para 10,95% e 11,75%, respectivamente.
O que esperar de Gabriel Galípolo à frente do BC?
A expectativa do mercado em relação à gestão de Galípolo é de que ele mantenha uma postura técnica e independente, semelhante à de seu antecessor, Campos Neto. Analistas e economistas veem a indicação como positiva, acreditando que Galípolo continuará a conduzir a política monetária com responsabilidade, mesmo diante das pressões políticas.
Evandro Buccini, diretor da Rio Bravo Investimentos, não espera grandes volatilidades no curto prazo, destacando que, por já ser diretor do BC, Galípolo deve garantir uma transição suave. Já Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, ressalta que Galípolo demonstrou coerência em seus discursos recentes, reafirmando o compromisso com a meta de inflação.
Desafios à vista para Galípolo
Ao assumir o cargo, Galípolo enfrentará desafios significativos, como controlar a inflação em um cenário de expansão econômica, desvalorização cambial e aumento de gastos públicos. Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, aponta que a situação será desconfortável, com a inflação corrente acima do centro da meta e expectativas desancoradas.
Gustavo Cruz, da RB Investimentos, destaca que Galípolo terá a oportunidade de ajustar as metas de inflação e conduzir o ciclo de corte de juros. Comunicando essas mudanças de forma a manter a confiança do mercado.
Próximos passos até a presidência
Antes de assumir a presidência do Banco Central, Galípolo ainda passará por uma sabatina no Senado, prevista para a semana do dia 9 de setembro. Além disso, o governo deve anunciar até o final do ano três novos nomes para compor a diretoria do BC. Garantindo uma transição suave e preservando a missão da instituição, conforme afirmou o atual presidente Campos Neto.
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