Ibovespa fechou em baixa nesta quinta-feira, com a pressão negativa das ações da Eletrobras e Petrobras, contrabalançando o fechamento positivo dos índices em Wall Street. A cautela em relação ao primeiro corte de juros pelo Federal Reserve também influenciou.
O Ibovespa, índice de referência do mercado acionário brasileiro, registrou uma queda de 0,51%, encerrando aos 127.396,35 pontos. Durante o dia, oscilou entre 128.051,34 pontos (máxima) e 127.069,43 pontos (mínima). O volume financeiro totalizou 19,5 bilhões de reais.
Após as preocupações de ontem sobre a possível aceleração da inflação nos EUA, que poderia adiar o início do ciclo de cortes de juros pelo Fed. Os mercados reagiram positivamente a uma leitura um pouco mais baixa do que o esperado dos preços ao produtor dos EUA hoje, aliviando tais preocupações.
Enquanto o S&P 500 e o Nasdaq fecharam em alta, respectivamente, de 0,74% e 1,68%, o sentimento não se refletiu no comportamento da bolsa brasileira.
Segundo Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos. A cautela com a inflação nos EUA continuou no cenário local, influenciada também pelos dados de preços ao consumidor de ontem.
“A interpretação do que está acontecendo hoje é que ele (dado de inflação) acaba sendo muito mais nocivo para mercados emergentes do que para o próprio mercado norte-americano.”
O rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos EUA ficou em 4,5804% no final da tarde.
Na opinião de Jonas Carvalho, CEO da Hike Capital, questões domésticas também têm impactado o índice. “A gente vê um fiscal mais complicado, uma política mais expansionista em relação a gastos, e tudo isso assusta o investidor estrangeiro.”
Enrico Cozzolino, sócio e head de análise da Levante Investimentos, concorda com Carvalho, afirmando que o indicador tem se movido “de lado” desde o ajuste pós-rally do final do ano passado, quando o Ibovespa alcançou recordes.
Destaques do dia incluem:
- Eletrobras ON (ELET3) caiu 4,62%, a 38,84 reais, ampliando a queda da véspera. Os preços de contratos de energia elétrica no mercado livre despencaram após a divulgação de atualizações nas estimativas de crescimento da carga no Brasil por órgãos do setor elétrico. Segundo relatório do Itaú BBA, o movimento é negativo para companhias elétricas com grandes volumes de energia descontratados disponíveis para comercialização nos próximos anos, como Eletrobras e Copel (CPLE6), que perdeu 3,76%.
- Petrobras PN (PETR4) recuou 0,73%, a 39,3 reais, enquanto Petrobras ON (PETR3) desvalorizou-se 0,9%, a 40,63 reais, acompanhando a queda nos preços do petróleo no exterior. Mauricio Tolmasquim, diretor executivo de Transição Energética e Sustentabilidade da estatal, anunciou planos para ter duas unidades produtoras de hidrogênio verde, uma no Nordeste e outra no Sudeste.
- 3R Petroleum ON (RRRP3) subiu 2,57%, a 36,26 reais. De pano de fundo, a proposta de fusão com a Enauta (ENAT3), que prevê finalizar o acordo até o final do primeiro semestre. Enauta ON, que não faz parte do índice, subiu 2,31%, a 28,83 reais.
- Vale ON (VALE3) subiu 0,42%, a 61,86 reais, com apoio do avanço dos futuros do minério de ferro na Ásia, após dados na China renovarem esperanças de mais estímulos no segundo trimestre para sustentar a economia.
- Itaú Unibanco PN (ITUB4) perdeu 0,18%, a 32,8 reais, enquanto Bradesco PN (BBDC4) teve variação negativa de 0,07%, a 14,39 reais, em uma sessão negativa também para bancos.
- Gol PN (GOLL4), que não faz mais parte do Ibovespa, fechou praticamente estável, a 1,49 real. A companhia aérea anunciou que deve chegar a um acordo com arrendadores de aeronaves nas próximas semanas, no contexto de seu processo de recuperação judicial nos EUA. No setor, Azul PN (AZUL4) teve queda de 2,74%, a 12,41 reais.
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