Magalu dispara pré-balanço; Bolsas em NY sobem; semana contará com decisão de juros do Fed
O mercado financeiro hoje foi como uma montanha-russa emocionante para os investidores, com o Ibovespa alternando entre altas e baixas até fechar com uma leve alta, determinada apenas nos leilões de encerramento. O índice subiu 0,17%, atingindo os 126.954,18 pontos, uma variação positiva de 212,37 pontos. Enquanto isso, o dólar avançou 0,5%, chegando a R$ 5,02, e os DIs (juros futuros) seguiram uma trajetória ascendente em toda a curva.
Essa montanha-russa de oscilações não está diretamente relacionada com a recente eleição de Putin na Rússia, que recebeu críticas do Ocidente. Hoje, o mercado enfrenta uma série de fatores, tanto internos quanto externos. No exterior, as bolsas europeias fecharam de forma mista, enquanto nos EUA registraram forte alta, com os investidores aguardando a decisão do Federal Reserve (Fed) sobre a taxa de juros na quarta-feira (20), além das projeções econômicas a serem divulgadas pelo banco central.
De acordo com a ferramenta CME FedWatch, os Fed funds estão atualmente precificando uma probabilidade de 99% de que o Fed mantenha as taxas de juros inalteradas esta semana. No entanto, a expectativa de um corte em junho diminuiu nos últimos dias, para cerca de 55%. Os mercados asiáticos encerraram em alta, impulsionados por dados econômicos melhores do que o esperado da China e na expectativa da decisão de juros do Banco do Japão (BoJ).
Resumo de acontecimentos no Brasil (Ibovespa)
No Brasil, o IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, avançou além do esperado, o que trouxe otimismo ao mercado. O economista da XP, Rodolfo Margato, destaca que esta foi a quinta alta mensal consecutiva do IBC-Br e prevê que o efeito estatístico para o primeiro trimestre de 2024 melhorou de 0,6% para 1,2% em relação ao último trimestre de 2023. Isso significa que, mesmo que as taxas de variação sejam nulas em fevereiro e março, o indicador cresceria 1,2%.
“Estimamos que o IBC-Br crescerá 1,4% no primeiro trimestre de 2024 em comparação com o quarto trimestre de 2023. Enquanto isso, nosso XP Tracker do PIB indica uma expansão de 0,8% no primeiro trimestre de 2024 em relação ao último trimestre de 2023 e um aumento de 2,5% em relação ao primeiro trimestre de 2023”, disse Margato. Para Rafael Perez, economista da Suno Research, “a atividade deve crescer de forma mais robusta, devido ao mercado de trabalho aquecido, o aumento da massa salarial, o impulso na demanda com o pagamento dos precatórios pelo governo e os efeitos do agronegócio”.
Destaques do Dia no Ibovespa
Apesar do cenário positivo, a Bolsa de Valores oscilou ao longo da sessão, com destaque para algumas ações. Petrobras (PETR4) fechou com uma leve alta de 0,06%, impulsionada pelo aumento internacional do preço do petróleo, apesar de ter operado em território negativo na maior parte do dia. A turbulência em torno da empresa tem afetado a percepção dos investidores estrangeiros sobre a companhia.
Vale (VALE3) Brilha com Alta de 1,91% Impulsionada por Dados Chineses
Hoje foi um dia movimentado para o mercado acionário, com altos e baixos marcando o dia. A Vale (VALE3) se destacou com uma forte alta de 1,91%, impulsionada pelos dados positivos da China, que impulsionaram os preços do minério de ferro. O investimento no setor imobiliário, principal consumidor de aço na China, apresentou uma queda de 9% em janeiro-fevereiro, uma melhora em relação à queda de 24% registrada em dezembro.
Por outro lado, a Embraer (EMBR3) vivenciou uma verdadeira montanha-russa. Embora tenha encerrado o dia com uma valorização de 1,82%, a jornada foi marcada por altos e baixos. A empresa teve uma forte abertura em decorrência do balanço do 4T23, mas após a teleconferência de resultados, os investidores ficaram preocupados com os possíveis obstáculos para a entrega de aeronaves. Enquanto isso, o Magazine Luiza (MGLU3) disparou impressionantes 7,14%, impulsionado pela expectativa em torno do próximo balanço que será divulgado após o fechamento do mercado.
Fora do Ibovespa, o varejo também esteve em destaque. A Vivara (VIVA3) sofreu uma queda abrupta de mais de 14%, enquanto a Sequoia (SEQL3) acelerou com uma alta de mais de 17%, devido a uma incorporação.
Por fim, as ações da Eletrobras (ELET3) apresentaram um desempenho desfavorável, recuando 3,6%. Rumores sobre um possível aumento no número de cadeiras no Conselho da empresa, com indicações governamentais, contribuíram para a queda, conforme informações do jornal O Globo.
À medida que nos aproximamos da Super Quarta, com reuniões do Fomc e Copom, as expectativas se voltam para as decisões sobre as taxas de juros. Até lá, é possível que a montanha-russa do mercado continue em pleno funcionamento.
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