O Ibovespa teve um dia volátil nesta quinta-feira, oscilando entre altas e quedas, tentando manter-se acima dos 120 mil pontos em um cenário de crescentes incertezas fiscais. O índice encerrou o dia com uma queda de 0,31%, fechando em 119.567,53 pontos.
A principal preocupação do mercado é a capacidade do governo de cumprir as metas estabelecidas pelo novo arcabouço fiscal. Jaqueline Kist, especialista em mercado de capitais e sócia da Matriz Capital, comentou sobre a situação:
“O arcabouço fiscal tem perdido credibilidade com as recentes alterações e a dificuldade do governo em aprovar medidas de aumento de arrecadação no Congresso.”
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com sua equipe econômica para anunciar uma revisão abrangente nas despesas, atendendo às pressões do mercado por um ajuste fiscal mais rigoroso. Kist acredita que essas medidas podem trazer algum alívio ao índice no curto prazo.
As Altas e Baixas do Ibovespa
No lado positivo, a alta no preço do minério de ferro impulsionou ações como a da Vale (VALE3), que subiu 1,15%, e da CSN Mineração (CMIN3), que fechou com um ganho de 3,31%. A Raízen (RAIZ4) destacou-se como a maior alta do dia, disparando 4,87% após recuperar-se de uma queda acentuada na sessão anterior, atingindo uma zona de suporte no gráfico de preços.
Por outro lado, a Vamos (VAMO3) registrou a maior queda, despencando 4,43% após um corte no preço-alvo pelo JP Morgan. Esse movimento também reflete um cenário de juros mais altos, que elevam o custo de capital da empresa e projetam uma dívida mais cara.
Outras ações que sofreram baixas incluem Petz (PETZ3), Magazine Luiza (MGLU3) e Alpargatas (ALPA4), todas impactadas pela perspectiva de juros altos por um período prolongado. Essas empresas fecharam o dia com quedas de 3,43%, 2,01% e 1,98%, respectivamente.
Perspectivas Fiscais e Impacto no Mercado
Com a economia ainda aquecida e a inflação longe da meta do Fed, é possível que o Banco Central dos EUA mantenha os juros inalterados por mais tempo. O que pode influenciar o cenário econômico global e afetar os mercados emergentes, incluindo o Brasil. As decisões fiscais e econômicas locais, combinadas com as tendências internacionais, continuam a moldar o desempenho do Ibovespa e a confiança dos investidores.
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